Baixa qualificação dificulta crescimento de micro e pequenas empresas do Tocantins

29/12/2012 09:02

Marinilda Santos
Especial para o Portal CT

O empreendedorismo é o motor que move o desenvolvimento econômico no cerrado brasileiro. De acordo com dados parciais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com a Receita Federal, até junho de 2012, o Estado contava com 46 mil micro e pequenas empresas. Na Junta Comercial do Tocantins (Jucetins), entre 2 de janeiro e 20 de dezembro de 2012, foram registradas 6.261 microempresas. Os números sugerem que o sonho de se tornar patrão estimula cada vez mais pessoas no Tocantins a investirem em um negócio próprio. Mas as micro e pequenas empresas enfrentam os mesmos problemas que as grandes empresas: a dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada.

Segundo o Sebrae, pelo menos 95% dos empresários que procuram a instituição se queixam da escassez de pessoal para trabalhar.

No Tocantins, o empreendedor individual e as micro e pequenas empresas representam 98% dos negócios instalados no Estado e são as maiores fontes geradoras de empregos e de renda. O Anuário de Trabalho na Micro e Pequena Empresa, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), que traz informações de todo o País, revela que, entre 2009 e 2010, os negócios tocantinenses foram responsáveis por 63.390 empregos formais. Segundo o levantamento, o comércio foi o segmento que mais gerou postos de trabalhos, ou seja, 51,1%. Já o setor de serviços, criou no período pesquisado 13.858 empregos, número que corresponde a 21,9% do total de colocações no mercado de trabalho.

 

Perfil do micro e
pequeno empresário
Empreendedor Individual (EI)
Empresário individual com faturamento bruto anual de até R$ 60 mil, no máximo um empregado, conforme LC 128/2008.

Microempresa (ME) 
Pessoas jurídicas com faturamento bruto anual menor ou igual a R$ 360 mil – excluídos os EI.

Empresa de Pequeno Porte (EPP)
Pessoas jurídicas com faturamento bruto anual maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 3,6 milhões.

Para a gerente do Núcleo Regional Centro do Sebrae/Tocantins, Adriana Janzen, estes números poderiam ser maiores se houvesse mais mão-de-obra qualificada. “Estamos com uma escassez de pessoas com vontade de trabalhar, isso tem prejudicado o mercado. Os empresários sofrem porque não tem mão-de-obra, nem qualificada e nem querendo aprender. Temos empresários que não exigem experiência, querem pessoas com vontade de trabalhar, mais isso também está escasso,” explica.

O diretor do Sistema Nacional de Emprego de Palmas (Sine), Fred Rodrigues Lustosa, também concorda com a observação do Sebrae. “Temos muitas ofertas e a cada trimestre oferecemos em média 700 vagas de empregos em diversos setores, mas não conseguimos inserir as pessoas no mercado. A falta de qualificação técnica e conhecimento científico são os principais entraves para o preenchimento dessas vagas”, afirma.

Para o Sebrae, o mau planejamento na hora de abrir o negócio e a falta de política de valorização profissional na iniciativa privada também são fatores que deixam as empresas pouco atrativas. “Entre as alternativas para superar estes obstáculos, sugerimos que o empresário busque conhecimento para desenvolver a habilidade de gerir pessoas, além de criar na empresa uma política de retenção de talentos. Só assim conseguirá crescer nesse cenário de mão-de-obra desqualificada”, orienta a gerente Adriana Janzen